quarta-feira, fevereiro 18

Sonhos prometedores, Sonhos sem ilusões

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Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
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«Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece.»
Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'

quarta-feira, fevereiro 11

domingo, fevereiro 8

Vidas sem sentido, pensamentos ocos, actos cruzados, insignificantes, sem rumo.
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Devaneios de quem já nada sabe dizer, não sabe pensar, nem acredita em sonhar.
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Esperanças vãs, desejos passados de um futuro fechado, crenças pregadas numa mentira aberta.
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Ilusões de alguém, herdeiro de maior, seguidor de trajectos quaisquer, que um empurra, outro estende, ou vindos do nada.
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Silêncio ensurdecedor num alarido de vozes, choros festivos, gritos frustrantes.
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O vazio à espera de encher.
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