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Estou entediada. Subitamente preenchida por um vazio incómodo capaz de aborrecer o meu ser mais pacífico.
Pus kizomba a tocar, num daqueles CDs que não podemos trazer gravados de casa, mas nem o som me está a ritmar a alma. Não sei porquê. Inundou-me uma tristeza inexplicável...
Não é cansaço, não é fruto da saturação. Puro desânimo como se algo me houvesse faltado ou falhado nas expectativas. Sim, acho que seria mesmo essa a melhor forma de descrever, como quando espero algo mas não passo de ficar sentada à espera. Só não sei o quê...
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Mais uma vez, estou sentada na loja, descansada com a companhia de eleição. Mas "apagada", capaz de permanecer inerte por toda a noite. Vejo-me no espelho e noto que os olhos não brilham. A boca cerrada que mal força tem para cumprimentar os clientes que de quando a quando marcam presença.
Não me apetece falar. Escrevo porque é um modo de me libertar, de "gritar" o que vai cá dentro, apesar de neste momento não saber o quê. Olho a imagem de fundo do telemóvel, aprecio o mar sereno e resplandescente. Divago como a gaivota a planar na praia e dou comigo sem respirar. Parece que há horas em que desligo do mundo, da realidade, como se daqui me quisesse afastar. E de repente dou comigo a chorar...
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Há dias em que pareço um sudoko que nem eu própria consigo decifrar !?!
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[anda tudo a trás dos saldos que não temos e eu já começo a estar mesmo capaz de os rifar, grr]
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