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...ainda me abala lembrar! :(
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Entristeceu-me a notícia da morte de Raúl Solnado, confesso. Talvez pelo valor que sempre dei ao teatro e assim sendo pelo valor que ele teve nesse meio e agora se perdeu. Mas mais me abalou por já estar fragilizada por este ser o teu dia - partiste há 9 anos e ainda me corta a alma esta dor da tua perda.
Mantenho-te sempre presente como uma parte viva em mim e evito pensar que já cá não estás. Egoístamente, para tentar não mais sofrer com os remorsos que na tua morte me atacaram. Não reagi bem, reconheço. Nunca tinha lidado com a perda de um ente querido e sempre senti que falhei na hora em que estavas mais frágil e precisaste de mim. Coisas da idade adolescente -agora compreendo - mas que muito me consumiram.
São por ti estas lágrimas que jorro! Magoa-me o modo como a tua hora chegou, todo o sofrimento que tiveste que passar, independentemente do sofrimento que isso também a nós causou. Ninguém é eterno, se não nos nossos pensamentos. Mas a vida foi-te injusta. Todo o teu porte e beleza desvaneceram-se na imagem mais cadavérica que jamais poderíamos ter de ti. Como nos custou!!!
De ti tenho lembranças boas, mesmo daquelas memórias que apenas retive porque me contaram. Foste mulher sofrida, resistente a uma vida dura, mas sempre me deste o carinho que como mãe nunca te ensinaram a dar. Talvez por isso recebi-o em dobro, docilmente...
Onde quer que estejas - porque acredito que a tua vida te fez merecer um bom lugar - sempre serás a minha querida e saudosa AVÓ.
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