sábado, março 1

Crítica q.b. (alerta de feminismo)

Os acontecimentos dos últimos dias e a postagem de um recentemente conhecido "bloggista", têm me feito pensar bastante sobre alguns contrasensos da vida, mais especificamente, dos relacionamentos de hoje em dia. Falava ele sobre as púdicas que ainda existem nos nossos tempos, como se do Séc.XIX falassemos. Existem algumas púdicas, concordei eu, mas também já se começa a ver por aí muitas "galdérias" e, na minha opinião, deve-se viver num meio termo (diz a sabedoria popular que «uma grande mulher quer-se como uma lady na rua e uma puta na cama»). Pensando nisto sobre o lado FEMININO, obviamente tive que pensar sobre o comportamento MASCULINO e foi esse que me trouxe aqui para escrever.
Diz-se que nos nossos dias já não vivemos numa sociedade onde o homem se considera o "machão", assumindo actos estúpidos para o provar, e que dessa forma também já não há muito quem trate a mulher como um objecto. Parece-me a mim que isso está muito longe de ser verdade (note-se os casos de violência conjugal que os media divulgam e os que, muitas vezes mais, ficam por divulgar), mas essa é até um caminho por onde não quero entrar. A mim, talvez porque esteja um pouco de cabeça quente e com coração a arrefecer, ocorre-me falar sobre o comportamento masculino nos namoros dos nossos tempos. Eu disse "namoro"?? Alto lá, tenho que reformular, desculpem! Hoje em dia fala-se de "amizades coloridas", isso sim (cheira-me que o nome terá sido atribuído por um homem, porque na grande maioria das vezes essas relações de colorido não têm nada, pelo menos para as mulheres) e as coisas começam sempre com ele a dizer que quer algo "sem compromisso". Sem compromisso... Ora, alguém me explica o que significa isso?!? Sim, estou mesmo a precisar que me elucidem, porque pela experiência pessoal mais vale nem tentar decifrar a expressão. Conversa-se um bocado sobre o assunto e ouve-se sempre algo do género de não andarem à procura de ninguém, de não se quererem prender, de não serem ciumentos nem tolerarem cenas de ciúmes ou "trelas", de não gostarem de se sentir obrigados a estar com alguém e de acharem que cada um deve continuar com a sua vida como se fosse totalmente independente... Até ai, pronto, a coisa até se engole e não parece muito mal. Ou melhor, não pareceria mal se não fossem eles próprios a depois (e por muitas vezes) tomarem atitudes contraditórias ao que expressaram ser a sua vontade. Trocando por miúdos, e é claro que não posso estar a referir-me a quem ainda tome atitudes de "púdica", uma mulher até se sente bem com um determinado "amigo", aceita/partilha os termos impostos e a relação lá começa a aquecer e a "sobreviver" ao dia-a-dia. As coisas parecem encaminhar-se de forma positiva, o homem faz o que bem quer e lhe apetece e a mulher não faz um comentário que seja, porque as condições já estavam estabelecidas, mas depois a mulher vai p'ra fazer o que bem quer e lhe apetece e... alto e pára o baile!?! - "Como é que é??; Ela está a falar com outros?; Olha p'ra gaja a dançar com amigos como se eu não estivesse aqui!; Oh miúda, pareces mal hoje, nem me passas bola nenhuma;" - e pronto, isto é só um exemplo do que eles dizem ou, quando não dizem de caras, atiram p'ro ar ou depois criticam com os amigos... Mas então, e agora pergunto eu, como é que é? Eles não querem coisa séria... Mas criticam como se fosse coisa séria... Eles querem liberdade absoluta... Mas criticam a mulher por agir como borboletas livres... Eles despacham as mulheres se sentem ou pensam sentir que lhes estão a por "trela"... Mas querem as mulheres de rédea curta no que toca a amizades... Eles não querem que a mulher esteja sempre a fazer convites, para não terem que arranjar desculpas... Mas são os primeiros a vir com mensagens de saudades e comentários que de as mulheres não os convidam... Isto percebe-se? Desculpem, mas EU NÃO PERCEBO!
E depois ainda dizem que «mulher é bicho complicado»...

2 comentários:

u João disse...

Olá Mali!
Ainda bem que o post te fez reflectir sobre a forma como algumas mulheres -homens também-vêem o relacionamento, homem, mulher, e como avaliam o comportamento não só sexual, a meneira de o sentir e agir sem teias de aranha. Concordo contigo, em grande parte do texto, mas, não me referia na altura ao relacionamento social, afectivo mas,a forma como vemos o nosso corpo,a relação que establecemos com os parceiros, sem termos em conta dogmas, nem moralismos.
Porque quando existe numa relação, alguém que esta atrofiado, por algum condicionamento, este vai refletir-se na qualidade da vida.
A forma de abordar estas questões, deve ser livre de preconceitos,ou porque alguém achou que era o correcto.
Nomeadamente a forma como olhamos, o corpo. Mais,a forma de interagir na vida diária,para mim, tem de ser autónoma, ninguém deve depender de ninguém.
Quando as pessoas não são livres, vivem sujeitas à moral, ficam escravas desse comportamento.
Tudo o que fazemos, se respeitarmos a vontade e o espaço do outro é correcto!
O homem "machão" é perito em ter comportamentos preconceituosos.
Foi um prazer
Bjocas

Cenas disse...

Na minha humilde e singela opiniao, homens e mulheres complicam as coisas.. umas vezes os homens, outras as mulheres, na maior parte das vezes os dois!! Ter uma relaçao, "aberta" ou fechada é como dançar, são sempre precisos dois..nós nao vivemso sem eles, eles nao vivm sem nós..é a vida.. mas sim, que as relaçoes podim ser bem mais fáceis podiam..