sexta-feira, abril 11

Autopsicografia...

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
...
...sempre foi um dos meus poemas preferidos, talvez até o único que decorei e por aí vou citando quando me lembro. Sempre gostei de Fernando Pessoa, homónimo ou heterónimo, nos longos estudos de português, deve ter sido a matéria que mais me cativou. E este poema... Digamos que o leio e me identifico com ele!? Ultimamente, então, tenho alguns dos versos sempre a vir à cabeça...

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